No início eram duas amigas, Bárbara e Elizabeth, e o charme da Cidade Vermelha. Numa tarde, caminhando por uma parte tranquila da Medina, chamada Riad Laarouss, perto da Mesquita Ben Youssef, viram uma velhota com uma tatuagem no queixo parada na porta da rua. A mulher fazia grandes gestos para convidá-las a entrar na sua casa, que parecia muito pobre. Num canto do pátio estavam reunidos muitos móveis e acessórios, esperando a mudança. Na verdade, a senhora disse-lhes que a casa ficou pequena para a sua família e gostaria que eles fossem os novos proprietários. De acordo com a tradicional hospitalidade marroquina, ofereceu-lhes chá de menta e bolos. Apresentou-lhes também o último filho da família, Idris, um bébé de poucos meses, e Mustafà, um homem gentil e sábio que vivia como um eremita na sua “gaiola”.
Durante a conversa, algumas galinhas e um galo entraram no pátio, procurando as migalhas do banquete. E, de facto, parecia mais um galinheiro do que uma casa, mas elas também sentiram ali uma sensação especial de poesia e felicidade.

Quando Bárbara e Elizabeth foram ao terraço e viram a vista fantástica do minarete Koutubia e Ben Youssef, perguntaram se a senhora queria mesmo vender a casa.